Capitulo 198

Laura foi pro salão meio de cara fechada e ainda levou Valentina, já que nossa filha quase teve um treco quando soube que a mãe iria pintar a unha.
-Vamos que horas?- perguntei pra Matheus.
-As 14:30 pai.
-Vai se arrumar então, vamos pro Dudu depois, ta bom?
-Ta pai.- ele sorriu e saiu correndo pro quarto.
Ri de Matheus e fiquei assistindo, quando estava quase na hora de sairmos apenas coloquei uma camisa e passei perfume.
-Vamos filho?- bati na porta do seu quarto.
-Ja vai pai!- gritou.
-Faz uma hora que você ta ai dentro moleque.- ri.
-Só tava passando perfume.- ele abriu a porta do quarto e eu quase cai de costas.
-Precisava passar o frasco todo?- tossi.
-Exagerei?- começou a se cheirar.
-Não Matheus, vamos!
-Mas pai, você ta tossindo, ela vai tossir também.
-Até chegarmos lá sai um pouco Matheus, vamos.
Ele assentiu nervoso e pegou o celular.
Matheus foi roendo a unha até chegarmos em um parque que ficava entre o nosso condomínio e outro.
-Vai com calma filho.- falei assim que estacionei o carro.
-O que eu vou falar pai?- me olhou nervoso.
-Fala tudo o que você sente, deixa esse nervoso de lado e vai na fé.
-Eu peço ela em namoro hoje?
-Não né filho.- ri.
-Ta.- Suspirou nervoso.
-Vai filho, se duvidar deixa a menina esperando.
Ele concordou nervoso e abriu a porta do carro.
-Pai?
-Oi?
-Obrigado!
-De nada Matheus.- sorri pra ele.- Vou te esperar aqui tá? Vai com calma que eu não tenho pressa.
Ele assentiu e foi mexendo no cabelo pro centro da praça.
Respirei fundo, não tinha notado que estava ansioso como Matheus pra isso acontecer.
Escutei umas duas músicas batucando volante do carro até meu telefone tocar. Atendi, era a Bruna.
-Oi Pi!
-Luan, onde você se meteu?
-Ué, to fazendo meu papel de pai.
-Ta cuidando da Va? Liguei na sua casa umas duas vezes e ninguém atendeu
-A Va ta com a Lau, to com o Matheus mesmo.
-O que aconteceu?- perguntou preocupada.
-Ta apaixonado Bubu.- suspirei- Trouxe ele pra conversar com a menina.
-COMO ASSIM?- Gritou e eu tirei o telefone da orelha.
-Ué, apaixonou. Segundo ele sente até uns troço estranho na barriga quando ta com ela.- ri.
-Borboletas no estomago.- Sabia que ela sorria.
-Sem duvidas.- ri.
-E o que a Laura achou disso?
-A Lau nem sonha!
-Pi!
-Se eles namorarem a gente vai contar, mas não tem porque fazer ela ter um piripaque antes da hora.
Bruna riu.
-E vocês como estão?
-Com saudades.- falou manhosa.
-O minha irmã.- ri dela.- Vem pra Sampa Bru.
-Eu ando enjoada demais Pi, vou esperar essa fase passar.
-Rodrigo está cuidando bem de vocês né?
-Claro que sim Pi. Ele quer tanto esse bebê quanto eu.
-Já avisou ele que eu vou ser padrinho né?
-Já Luan.- ela riu.- Sabia que ele ficou com medo de você depois da sua reação quando contamos da gravidez?
-Eu exagerei um pouquinho né?- cocei a nuca com vergonha.- Desculpa vai Pi, mas vocês tinham acabado de casar, eu não esperava isso já.
-Eu sei que é o seu natural ser ciumento, relaxa.
-Eu só quero você bem Piroca, feliz e realizada.
-Eu estou!
-Então eu também.- sorri.- Quando você estiver melhor avisa e vem, eu convido o pai e a mãe também.
-Eu to com saudades deles também.- falou chorosa.
-Pode ter certeza que assim que o neném nascer eles não vão desgrudar de você Pi.
-Tomara, eu estou com medo.
-Você vai ser uma mãe maravilhosa Bruna, assim como é uma irmã pra mim.
Ela concordou.
Fiquei conversando com Bruna por quase uma hora. Finalizei a ligação e dali a uns 10 minutos vi meu filho vindo em direção ao carro de mãos dadas com uma menina.
Estranhei mas fingi que não os vi e fiquei mexendo no celular, até Matheus bater no vidro.
Abaixei o vidro e ele colocou a cabeça pra dentro do carro.
-Podemos dar carona pra Du, pai?- ele tinha a boca toda vermelha e sorria feito um bobo.
-Claro filho.- ri dele e destranquei a porta.
Matheus abriu a porta do carro pra menina mas veio sentar do meu lado.
-Oi.- sorri pra menina que estava toda timida.
-Oi seu Luan.
-Eduarda né?
-Isso mesmo.
-É um prazer Eduarda, ouvi falar muito de você.- olhei para Matheus.
Meu filho estava igual um pimentão.
-Fica quieto pai!- pediu
Tanto eu quanto Eduarda rimos dele.
Conversei um pouco com Eduarda no caminho. Ela era super querida e simpática, bem brincalhona também. Isso fez eu ir na onda dela e Matheus ficava cada vez com mais vergonha.
Deixamos Eduarda na casa dela, que era no condomínio próximo ao nosso e assim que arranquei com o carro da frente da casa dela, Matheus suspirou.
-Precisava me fazer passar tanta vergonha pai?
-Ela gostou filho.- ri.- Tenho que fazer média com a minha futura nora.
Ele me olhou e riu negando com a cabeça.
-Como foi?
-Foi tranquilo pai.
-E?
-E a gente vai tentar.- sorriu.
-Tentar?
-Ah pai, você entendeu. Vamos começando devagar, depois vemos se da certo ou não pra oficializarmos a coisa.
Concordei e Matheus começou a falar sem parar dela novamente.
Matheus só parou quando chegamos no estúdio. Cumprimentamos Dudu e Matheus sentou quieto em um sofá olhando nós dois trabalhar.
-O que deu com ele?- Dudu perguntou apontando meu filho com a cabeça. Ri.
-Matheus?
-Hum?
-Conta pro Dudu o que ta acontecendo com você!
-O que ta acontecendo comigo?- perguntou perdido.
-É, ta todo bobo ai.
-Pai!- me olhou com vergonha.
-Conta filho, Dudu até te da concelhos!
-Eu to apaixonado Dudu.- sorriu feito idiota e eu ri
-Ta decidido disso hein?- Dudu também riu.
-Ah, o pai que falou que eu to.
-E você acredita no seu pai?
-O macaco!- bati nele.- O menino tem até borboletas no estomago!
-Já falei que isso é coisa de Gay!- Matheus cruzou os braços.
Dudu ficou conversando com Matheus enquanto eu escutava as adaptações de algumas musicas que estávamos trabalhando.
Até o horário de ir embora Dudu tinha até se oferecido a ajudar Matheus a compor uma música pra pedir a tal de Eduarda em namoro.
Chegamos em casa e Laura e Valentina já tinham chego.
-Demoraram hein?- Laura falou sem nos olhar.
-Estávamos no Dudu.- beijei seu rosto.
-Hum.- cruzou os braços.
-O que foi hein?
-Estavam só no Dudu?
-Levei o Matheus entregar aquele trabalho antes.
Laura me encarou.
-Vocês acham que eu to acreditando nessa história de trabalho?
-Mãe, é verdade! Liga pra Carol se quiser.
-Ta.- ela me encarou de novo e eu ri.
-Bruna me ligou hoje.- contei abraçando a sua cintura.
-Como ela está?- perguntou mais empolgada.
-Manhosa.- ri.- Chorou no telefone e tudo, tadinha.
-São os hormônios.
-Chamei ela pra vir pra ca.
-Ela vem?
-Falou que vai esperar passar um pouco os enjoos e vem.
-To com saudades dela.- comentou de bico.
-Eu também amor.
-PAPAI, OLHA A MINHA UNHA!- Valentina desceu as escadas correndo.
-Que linda filha.- sorri pra ela.
-É igual a da mamãe.- falou metida.
-Essas minhas mulheres são chiques demais!-Beijei a testa de Valentina.
-Vamos tomar banho?- Laura bateu palmas.- Todo mundo pra cima!
-Já mãe?- Matheus perguntou mole esticado em um dos sofás.
-Agora!
Matheus e Valentina levantaram e foram cada um pros seus quartos. Eu ajudei minha mulher a levantar do sofá e também fomos tomar nosso banho.
 Saí antes de Laura do banho, me arrumei e fui ver Valentina, como minha mulher pediu.
 Valentina já tinha saído do banho e estava olhando as suas roupas.
-Precisa de ajuda filha?
-Rosa ou branca?- mostrou duas blusas. Exatamente como Laura faz quando está indecisa.
-Branca.- sorri.
-Mas rosa é minha cor preferida!
-Você sempre usa rosa filha.
-Ta.- colocou a blusa branca em cima da cama e voltou pro seu guarda roupa.
 Me encostei na porta, cruzei os braços e fiquei olhando minha filha tentando prender o riso.
 Ela fazia igualzinho a Laura, parecia uma mini mulher.
-Pai, ta frio?
-Não filha.
-Posso ir de shorts?
-Pode sim!
-Ta.- pegou um shorts.- Pai, me da licença?
-Porque?
-Vou trocar de roupa.
-E eu não posso ver?
-Claro que não né pai!
-Como se eu não tivesse visto você pelada todos esses anos.- resmunguei e saí do quarto fechando a porta.
 Fui rindo para o quarto e encontrei Laura pronta.

-O que foi?- ela perguntou sorrindo.
-Sua filha.- neguei rindo.- Ta linda hein?
-Você também.- ela sorriu e veio ao meu encontro.- O que a Valentina fez?
-Me expulsou do quarto dela pra trocar de roupa, e antes ficou. Rosa ou branco? Shorts ou calça?- imitei ela.
 Laura gargalhou.
-Essa menina vai te dar muita dor de cabeça ainda.
-Você nem me fala.- bufei.
-Vamos entregar o presente do Pedro hoje?
-Claro né loira?- abracei sua cintura.
-Mas vamos chegar de mão abanando na festa?
-Compramos outro.- dei de ombros.
-Pra você é facil assim né Luan?
-Ué amor, e não é?
 Laura revirou os olhos concordando.
...
Quando chegamos na casa de Roberval escutamos ele gritar por Pedro, que antes mesmo de abrirmos a porta já estava correndo pro meu colo.
-E ai Pedrão?- baguncei seu cabelo.
-Oi padrinho.- agarrou meu pescoço.
-Parabéns cara.
-Obrigado.- sorriu.
-A madrinha tem um presente pra você, pega ali.- virei ele para Laura que sorria.
-Quero um abraço antes.- Laura pediu e Pedro se jogou no colo dela.
 Valentina veio toda manhosa pra meu lado e eu ri do seu ciume.
-Vem comigo, vamos ver o seu padrinho?
-A madrinha ta também?- pediu manhosa.
-Claro que sim filha.- a peguei no colo e entrei na casa

Assim que entrei na casa encontrei Rober e Ju que logo foram ‘mimar’ a minha filha. Gostava de vê-la sendo tratada apenas como uma criança, que ela é. Confesso que depois que fiquei sabendo da ‘paixonite’ do Matheus, fiquei mais enciumado com minha filha, imaginado quando isso acontecesse com ela. 
-Você está bem Boi?- Rober perguntou
-Sim. Por que?
-Parece tão disperso.- ele disse e Laura me olhou mais desconfiada ainda
-Impressão sua cara.- desconversei 
Meus filhos foram brincar com Pedro e nós se reunimos na sala.
-O Pedro já está ficando grande. Não estão pensando em arrumar outro filho?- perguntei
-Tenta convencer a Ju disso.- Rober revirou os olhos
-Eu quero esperar mais um pouco, esse teimoso que não entende.- Ju retrucou
-Esperar quanto? Logo você não vai conseguir engravidar mais.- brinquei
-Está me chamando de velha Luan Santana?- ela me encarou brava- Você já tem até cabelo branco e logo vai ser avô.
-Avô? Tá ficando doida Ju?- Laura disse assustada nos fazendo rir
-Claro. Logo o Matheus aparece com uma namoradinha.
-Nem começa falar essas coisas!
-Meu filho pode namorar sem me dar netos.- disse
-De preferencia que nem namore.- Laura retrucou e eu ri, sabia que teria trabalho em convence-la a aceitar o possível namoro de Matheus

-Quanto ciúmes Lau.- Ju riu
-Vai dizer que não tem ciúmes do Pedro?!
-Nem a metade do que você tem do Matheus.- ela deu os ombros e Laura revirou os olhos
Eu suspirei fundo, observando minha esposa, eu sabia o quanto ela tinha sofrido para ter o nosso filho e eu me senti mal por estar escondendo o que estava acontecendo.

‪#‎Laura‬ ON
Ficamos um bom tempo conversando. Depois eu fui para a cozinha com a Ju, o jantar estava praticamente pronto, então não tinha em que eu lhe ajudar.
-O Luan está meio estranho ou é impressão minha?- Ju perguntou
-Ele está estranho mesmo.- bufei- Eu sei que ele está escondendo algo de mim, mas eu vou descobrir.- disse brava e a Ju riu- Qual é a graça?
-Você ai toda brava. Nem deve ser nada de mais.- ela deu os ombros
-Vai defender ele agora?- cruzei os braços
-Você tá muito estressada amiga.
-Odeio quando o Luan me esconde as coisas.
-Percebi!- ela riu

Quando fui responder a Ju escutei Matheus gritando pra alguém ter cuidado e em seguida o choro de Valentina.
Corri para a sala e Luan já tinha nossa filha em seus braços assustado. Roberval estava acalmando Pedro que chorava baixinho e Matheus estava do lado do pai e da irmã.
-O que aconteceu?- perguntei com o coração a mil antes mesmo de chegar até eles.
-Ela caiu da escada mãe.- Matheus falou assustado.
-Foi só um susto.- Luan sussurrou enquanto acariciava o cabelo da nossa filha que chorava.- Já passou filha.
Valentina negou agarrando ainda mais o pai enquanto chorava.
-Deixa a mãe ver se machucou Va.- pedi.
Ela negou.
-Onde está doendo?- Luan perguntou e ela apontou pra cabeça.
Tanto eu quanto Luan nos olhamos assustados. Luan sentou com Valentina no sofá tentando acalma-lá e eu fui atrás.
-Deixa a mãe ver onde você bateu filha.- Luan pediu o mais calmo que conseguiu.- Ela não vai machucar. 
Ela negou novamente.
-Filho, pega um copo de água?- pedi para Matheus que foi na hora.-Filha, a mamãe ta preocupada meu amor, deixa eu ver se machucou.
Nada convencia ela de desgrudar do Luan.
Luan levantou com ela e começou a andar pela sala conversando baixinho com ela que se acalmou aos poucos.
-O mano trouxe água.- Luan falou sentando novamente ao meu lado.- Toma que a mamãe vai ver se você se machucou, ta bom?
-Vai doer.- falou embargada.
-Não vai filha, aqui óh, toma.- entregou o copo de água para Valentina que tomou soluçando.
Depois ela se encostou no colo de Luan e deixou eu ver sua cabeça.
Eu estava morrendo de medo de ela ter se machucado sério, pelo tanto que ela chorou.
-Não tem nada?- Luan perguntou depois de um tempo.
-Não.- suspirei.
-A madrinha foi pegar um remédio pra dor.- Rober falou com Pedro em seu colo. Ele nos olhava assustado.
-Isso é pra senhorita aprender a ouvir quando mandamos você não correr na escada.- Luan repreendeu Valentina.
-Não briga papai.- falou manhosa agarrando a camisa de Luan que já estava toda molhada.
-Brigo sim menina.- Luan riu e a abraçou.- Pensou se você se machuca de verdade?
Ela fez bico e continuou agarrada com o pai.
A Ju não demorou voltar com um remédio infantil pra dor. Luan fez Valentina tomar e depois ficou mimando nossa princesa que não saia do colo do pai de jeito nenhum.
Valentina ficou manhosa pro lado do Luan o jantar inteiro, mas mesmo assim conseguimos aproveitar bem o jantar em comemoração ao nosso afilhado.
-Ela vai dormir antes de chegarmos em casa.- Luan falou enquanto colocava Valentina no carro.
‪#‎LuanOn‬
Como falei para Laura, Valentina já dormia quando chegamos em casa.
Minha mulher foi abrir a porta enquanto eu pegava nossa filha.
-Cadê sua mãe?- perguntei para Matheus que estava na sala.
-Já subiu pai.
-Vamos então.- o chamei.- Apaga a luz.
-Eu já vou pai
-Agora filho, você tem aula amanhã.
-sério pai?
-Claro que sim, vamos.- o chamei e subi.
Laura já estava deitada quando cheguei no quarto. Dei um beijo nela e fui trocar de roupa. Apaguei a luz e abracei a minha mulher.
-Amor?
-Oi?
-Não vou ganhar carinho hoje?- beijei seu pescoço.
-To cansada Luan.
-Ta estranha Lau.- abracei a sua cintura manhoso.
-Não é nada.- virou para mim.- Só fiquei preocupada com esse tombo da Valentina, a cabeça é coisa séria Luan.
-Ta tudo bem amor, ela só ficou um pouco manhosa.
 Laura concordou, mas sabia que algo a mais a incomodava;
-Certeza que é só isso? Sabe que você pode contar comigo pra tudo, né?- lhe dei um selinho.
-Posso mesmo Luan?- ela suspirou magoada.
-Ei, o que foi?
-O que você ta escondendo de mim Luan?- perguntou séria.- E não adianta dizer que não é nada!
Respirei fundo.

 Luan conta ou não conta?

 Comenteeeeeeeeeeem!

Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos da Cela e da Faby