Capitulo 114

-Não vejo a hora de ter ela nos braços.- Laura falou emocionada e a abracei.
-Só mais um pouquinho amor.- enxuguei a lagrima que ela derramou.- Vamos ter nossa pequena e se livrar desses hormônios doidos logo, logo.- ri e ela me deu um tapa no braço.- Ai amor.
-Me ajuda vai.- fez menção de se levantar mas nem tentou fazer força.
-Cê ta muito preguiçosa amor.- brinquei enquanto a ajudava a sentar na cama.
-Fica você carregando uma menina de mais de três quilos que não para de se mexer dentro de você fica..- Ri do bico dela.
-Vem, você precisa tomar um café reforçado.
-Não to com fome.
-Mas é a sua única refeição antes da cesárea Lau, depois você não pode comer mais.
Ela reclamou no trajeto até a cozinha mas acabou comendo.
-Filho, vem aqui com a mamãe.- Laura chamou Matheus assim que sentou no sofá
-Oi mamãe?- Ele sentou ao seu lado.
-Deixa a mamãe te dar um cheiro antes de ir.- beijou o rosto do nossos filho que fez careta.
-Quando vocês vão?
-Daqui a pouco filho.
-Vocês voltam hoje?
-Não.- ele fez bico quando respondi.- A mamãe e a mana vão precisar ficar no hospital duas noites Matheus.
-Mas você vem pra casa papai?
-Não meu amor, o papai vai ficar ajudando a mamãe.
-Por que?
-A mana é muito pequena, a mamãe não vai conseguir pegar ela sozinha durante a noite por causa da cirurgia.
-Mas eu vou poder ver a mana hoje?
-Vai filhão.- Laura beijou seu rosto de novo.- Assim que a Valentina nascer o seu pai liga avisando e a Angelina te leva no hospital tá?
-Ta bom mamãe.
Deixei Laura curtindo nosso filho mais um pouco e subi pegar o resto das coisas que faltavam.
Eu estava uma pilha de nervos, não tinha mais unha pra roer e logo gastaria meu boné de tanto virar ele de um lado pro outro.
-LUAN.- Laura gritou da sala e eu desci correndo desesperado.
-Que foi?- perguntei ofegante.
-Preciso ir no banheiro.- fez careta e eu suspirei. Que susto!
-Vem.- a ajudei a levantar e ela foi o mais rápido que conseguiu pro banheiro.
-Papai?
-Oi filho?
-Por que a mamãe ta indo tanto no banheiro?
-Não tem mais espaço pra Valentina dentro da barriga da mamãe e ela fica apertando a bexiga dela, que é onde fica o xixi filho, por isso ela vive correndo pro banheiro.
Ele fez sinal que entendeu e ficou quietinho.
-LUAN.- Laura gritou do banheiro.
-Que foi amor?- ri.
-Vem me ajudar.
Ajudei ela dando risada e quase apanhei.
-De graça que você não precisou me limpar.
-Credo amor.- fiz careta e ela riu.- Vamos?
-Vamos.- sorriu nervosa.
Laura se acabou de chorar na hora de se despedir de Matheus e eu fiquei a olhando assustada.
-Amor, calma.- a abracei antes de entrar no carro.-Ele vai ficar bem, quer tanto quanto nós a nossa menina no mundo.- beijei sua testa e ela concordou.

Chegamos no hospital e já levaram Laura pro quarto que ela iria ficar, trocaram de roupa nela e precisaríamos esperar o medico para ver certinho a hora do parto.

-Lu.- me chamou baixinho.
-Oi?
-Se aquieta.- riu.- Vai furar o chão assim.
-To nervoso mor.- me aproximei dela.
-Eu também.- acariciou a barriga com uma carinha de dor.
-Vou cantar pra ela se acalmar tá?
-Ta bom.- sorriu pequeno.
Graças a Deus o medico não demorou chegar e marcou a cesariana para as 14 horas, isso quer dizer que ainda faltava duas horas e meia e eu teria um troço até lá.
-Amor?
-Oi Lau?
-Fica aqui pertinho, por favor.- pediu manhosa já que eu estava sentado no sofá um pouco longe.
-Claro que eu fico anjo.- beijei sua testa.- Se acalma tá? Vai ser rapidinho.
As horas pareciam não passar e eu cheguei a fazer meu dedo sangrar enquanto comia a pele do lado da unha.
-Agora ve se para.- Laura brigou comigo.
-Ta.- fiz bico e ela riu nervosa.
-Laura?- Uma enfermeira entrou no quarto.
-Sim?
-Vamos?
Quando ela chamou Laura nós dois sorrimos. Ajudei Laura a levantar e ela pediu para ir abraçada comigo até a sala de parto, não tinha como negar um pedido desse a minha princesa.
Cheguei ao ápice do meu nervosismo quando a Laura foi pra sala de cirurgia e eu tive que esperar eles darem a anestesia para ela pra depois eu entrar. Não sabia o que fazer, eu só queria minha mulher comigo.
Coloquei aquela roupa verde estranha e só faltei furar o piso da sala de espera.
-Luan?- O medico apareceu.- Vamos?
-Vamos.- sorri de orelha a orelha e o acompanhei.
Laura já estava deitada, seus braços estavam meio que amarrados e tinha um tipo de cortina entre ela e a barriga.
-Lu...- ela sussurrou mole ao meu ver.
-Te amo.- acariciei seu cabelo- Vai dar tudo certo.- beijei sua testa e ela sorriu pequeno.
-Luan, vamos começar, você vai assistir?
Concordei e fui até o outro canto da sala.
Fiquei concentrado em tudo o que faziam. Demoraram um pouco pra cortar a barriga de Laura e quando fizeram isso eu fechei os olhos, oh coisa nojenta pra ver.
Não demorou quase nada para tirarem nossa princesa e assim que escutei seu choro meu mundo parou. Não mais importava, problemas, brigas, culpas, tudo foi esquecido.
Levaram nossa princesa até a Laura e eu fui junto. Laura estava meio groge por conta da anestesia, mas colocaram Valentina perto dela que a cheirou e começou a chorar.
-Lu...- ela olhou sorrindo pra mim e só então notei que eu também chorava.
-Te amo.- acariciei seu rosto e ela fechou os olhos.
Levaram Valentina para tomar banho e eu tive que acompanhar.
Valentina lembrava muito Matheus quando nasceu, apenas alguns traços a mais de Laura e aquilo me encantou ainda mais, eu não conseguia tirar os olhos da minha boneca um segundo se quer.
A enfermeira pegou uma agulha gigante com um liquido estranho e aplicou na perna dela e no momento que minha princesa começou a chorar eu tive vontade de bater naquela desgraçada, como alguém tinha coragem de fazer uma criaturinha tão pequena e com tão pouco tempo de vida chorar daquele jeito?
A enfermeira fez eu segurar Valentina para ela dar banho e eu tive uns quatrocentos mini ataques. Ela era tão pequena, tão molinha.
Valentina nasceu com 3,150 gramas e 49 cm. A enfermeira comentou que ela era grande, mas para mim ela era menor até do que Matheus quando nasceu.
Fiquei com a minha princesa nos braços por uns cinco minutos, minutos que passaram voando e depois levaram ela pra incubadora. Ela ficaria lá até levarem Laura pro quarto.
Não fazia nem meia hora que tínhamos saído a sala de parto, a enfermeira tentou me tranquilizar falando que é normal demorar até uma hora e meia para a mãe ser liberada, mas eu estava a ponto de ter um ataque de nervos.
Tive que ficar esperando no quarto e pensei que terminaria de afundar o chão, mas ai que eu lembrei que precisava avisar o pessoal.
Liguei para casa e quando meu filho atendeu o telefone com um ‘’papai, nasceu?’’ todo empolgado eu comecei a chorar de emoção novamente.
Conversei um pouquinho com ele que queria vir correndo pra maternidade, mas pedi para Angelina esperar pelo menos uma hora e meia, já que Laura nem se quer estava no quarto.
Desliguei e peguei meu celular, a enfermeira havia tirado uma foto do banho dela e eu fiquei babando uns minutinhos antes de criar coragem de mandar.
No whatsapp mandei uma mensagem chamando Bruna, Juliane e Guilherme, eles não demoraram responder e eu mandei a foto do meu maior tesouro.

‘’Nasci as 14:27, estou esperando a visita de vcs ♥’’

Em poucos segundos recebi mensagem dos três me xingando por não ter avisado antes. Juliane e Guilherme logo viriam e Bruna teve uns 4 tipos de ataques diferentes por ainda precisar pegar um avião até São Paulo.
Ria do desespero dos três quando as enfermeira chegaram trazendo minha mulher.
Laura teria que passar 24 horas deitada de barriga pra cima e não sei como ela aguentaria. 
Por insistência de todos, eu praticamente fui obrigado ir pra casa ficar com Matheus e a mãe de Laura ficou no hospital com ela.
-Eu que devia ficar com a Laura. Ela é a minha mulher.- reclamei quando estávamos voltando
-Você está muito agitado filho. E isso não ia ajuda-la em nada.
-Eu também queria ficar com a mamãe.- Matheus disse
-Vocês dois são muito teimosos. Ainda bem que a Valentina vai puxar a Laura.- Bruna disse
-Quem disse?- retruquei
-Não vou nem discutir com você.- ela revirou os olhos
Em casa tudo parecia vazio sem a Laura, apesar de a casa estar cheia de pessoas.
-Quando a mamãe vai voltar pra casa?- Matheus perguntou
-Depois de amanhã.- o peguei no colo
-A Valentina vai vir junto?
-Vai sim.- sorri
-Me deixaram ver ela só um pouquinho.- ele fez bico
-Você vai poder ver ela melhor quando ela vier para casa.
-Mas ela é tão pequena...
-Você já foi do mesmo tamanho.
-Sério?- ele arregalou os olhos
-Sim.- ri
-E ela vai crescer né?!
-Vai sim.
-Meninos vem jantar!- minha mãe nos chamou
Fomos para a cozinha e o pessoal já estava reunido em volta à mesa.
-Que foi sua doida?- perguntei pra Ju que me encarava brava
-Não gostei de vocês não terem contado pra mim. Eu sou a madrinha, devia saber antes.
-Devia ser a ultima, isso sim.- ri- Minha filha não merece uma madrinha como você.
-Não fala assim da Tia Ju.- Matheus retrucou
-Isso ai.- Ju o abraçou- Ainda bem que tem gente que gosta de mim.
-Eu também gosto de você amor.- o Testa a abraçou
-Ai, credo. Não mereço ver isso antes de comer.- fiz nojo e o pessoal riu
(...)
-Papai eu quero dormir.- Matheus disse coçando os olhinhos
-Quer eu coloque ele pra dormir?- Angelina perguntou
-Não precisa. Só arruma os quartos para o pessoal depois.
-Tudo bem.
-Vem filho.- o peguei no colo- Só não vai ficar acostumado.- ele riu
-Eu gosto que o papai me carregue.
-To vendo.- beijei seu rosto
Eu não levava muito jeito para aquilo, mas fiz Matheus escovar os dentes e vestir o pijama. Depois que ele deitou cantei uma música e ele dormiu.
-Papai te ama filho.- sussurrei beijando a testa do meu filho antes de sair do quarto
Ao descer estranhei ao ver só o Testa na sala.
-Cadê o resto do pessoal?
-Sua mãe foi lá fora falar no celular com o Amarildo, o Guilherme foi embora e a sua irmã foi pintar as unhas com a Ju.- ele me estregou uma lata de cerveja- Como você está se sentindo?
-Eu estou feliz.- sorri sentando ao seu lado- E ansioso pra elas virem pra casa.
-Preparado para mais uma pessoa na casa?
-Eu estou sim. Eu queria muito esse bebê.
-Você não acha que mais um filho pode distanciar um pouquinho você e a Laura?
-Não.- neguei- Acho que isso até vai unir mais nós dois. Quando você tiver um filho você vai saber.
-Não sei se a Ju vai querer ter filhos.
-Tá gamado mesmo hein?- ri
-Muito. Só não pedi pra casar por medo de ela me dar um fora.
-A Juliane ta apaixonadona em você Roberval.
-Pode até estar, mas daquela ali? Eu posso fazer o melhor pedido de casamento do mundo que é capaz dela ficar brava e não aceitar.
-Vindo dela.- tive que concordar.
Eu até tentei beber a cerveja que o Roberval me deu, mas não descia.
-Que foi boi? Não tomou quase nada.- Roberval estranhou.
-Não quero cerveja Testa, quero a Laura e a Valentina.- passei a mão pelos cabelos nervoso.
-Amanhã você vai pra maternidade cara.
-Não quero amanhã, eu quero agora.- suspirei.-Eu me sinto no dever de estar la ajudando Testa.
-Todo mundo falou que você ia atrapalhar Luan, você é agoniado demais.
-Mas é a minha filha Roberval! Não ajudei a Laura em porra nenhuma quando ela ganhou o Matheus, fiz burrice pra caralho durante a gestação dela. Eu só quero ajudar.
-Você vai ter dois meses pra ajudar ela em casa.
-Testa, ce acha mesmo que vão deixar eu ajudar? Com tanta mulher aqui em casa se eu puder pegar a Valentina no colo eu vou ter que dar graça.
-Exagerado.
-Roberval, minha mãe, a Bruna, a mãe da Laura e muito provavelmente o seu amorzinho também, vão ficar em cima o dia todo.
-Sua mãe e a Bruna também vão ficar aqui?
-Vão cara, vão.- bufei.
-Você vai ficar doido!
-Vou mesmo. Vou subir tá? O Dudu mandou alguma coisa do dvd, vou ver la no estúdio e vou tentar dormir.
-Vai cara, acho que vamos dormir aqui..
-Normal né testa? A gasolina subiu mesmo, ai vocês não gastam pra vir tomar café amanhã cedo.- fiz graça e ele me acertou uma almofada.
Tentei me concentrar um pouco no projeto do dvd mas mal conseguia ler o que a Joana e o Dudu me mandaram.
-Respira Luan ou você vai ficar doido.- falei alto comigo mesmo e dei um pulo quando a Bruna abriu a porta do estúdio.
-Falando sozinho Pi?- ri.
-Quer me matar?- a olhei assustado.- Caralho Bruna!
-O que você ta estressado hein?
-Quero minhas meninas.- fiz bico e ela veio me abraçar.
-Só mais amanhã Pi.
-Eu quero agora.
-Ta parecendo aquela garotos mimados.- fez graça mas sorri pequeno.- Ei, fica assim não.
-Eu fiz tanta coisa errado pra ela Bru, tanta, eu só quero me redimir ao máximo.
-Amanhã eu ajudo você a convencer o resto de você dormir lá ta?- concordei.- Vamos pro quarto agora? Vou fazer o meu maninho dormir.- ela riu e eu beijei seu rosto.
Como sentia falta de Bruna perto de mim sempre. Ela era muito mais do que uma irmã pra mim.
Deitei abraçado com o travesseiro de Laura e acabei dormindo embalado pelo cafuné da minha irmã.
Sete e meia da manhã estava acordado e pronto pra ir pra maternidade, rezava pra não encontrar minha mãe já acordada se não sabia que ela me impediria de ir.
Por sorte a única acordada era Angelina.
-Vai pra maternidade?
-Fui fugir antes que decidam me impedir de ir.- ri e ela me acompanhou.
Estava terminando de tomar café quando meu celular notificou uma mensagem no whatsapp. Abri e vi que era de Laura. Era uma foto da nossa pequena. com a legenda
‘’Bom dia papai, ou não porque eu sou uma preguicinha igual você!’’
Sorri bobo olhando aquela foto.
‘’papai ta indo. Amo vocês princesas.’’
Dei um ultimo gole do café e corri escovar os dentes.
Em 15 minutos cheguei na maternidade e minha entrada foi liberada.
-Bom dia.- sussurrei entrando no quarto.
Laura sorriu para mim sussurrando um bom dia.
-Tudo bem?- acariciei seus rosto.
-Tudo.- sorriu de novo-Até um travesseiro eu ganhei, já to feliz.- fez manha e eu fiquei com dó da minha princesa.
-Logo você vai poder sentar, não vai?
-não vejo a hora.- suspirou e eu beijei seu rosto.
-Bom dia sogra.
-Bom dia Luan. Caiu da cama?
-Mal dormi.- sorri.- Não via a hora de ver minhas princesas.- abaixei o tom de voz ao chegar pertinho do berço da minha filha.-Mais essa cama ta gostosa demais mamãe. Até o pai quer dormir assim. Tudo tão molinho.- falei fino e Laura reprimiu um riso.- que foi amor?
-Para de graça Lu, não posso rir que os pontos incomodam!
-Desculpa.- fiz bico.- foi tudo bem durante a noite?
-Foi, só sua filha que é esfomeada igual você!
-Como se você não fosse bem em um prato de comida ne amor? -ri e ela me olhou braba.
-Matheus passou bem a noite?
-Desmaiou! So estava todo bravinho de noite porque não deixaram ele ver muito a Valentina.
-Tadinho...
-Eu falei pra ele que ele vai ter tempo de ver ela em casa ai ele ficou tranquilo.
Laura sorriu pequeno. Sabia que ainda estava toda manhosa por conta dos hormônios e tava com saudades do Matheus.
-Sogra, quer ir pra casa descansar? Eu fico aqui.
-É melhor não...
-Vai mãe. O Luan me ajuda qualquer coisa.- Laura entrelaçou nossas mãos.
-Mas o Luan não tem muito experiência...
-A gente se vira mãe. Ele é o pai, vai ter que aprender. Pode ir tranquila.
Mesmo contra a vontade dona Manuela foi e eu rezei pra que conseguisse ajudar a Laura.
-Amor?-A chamei enquanto acariciava seus cabelos.
-Oi Lu?
-Se eu me der bem agora. Posso passar a noite com vocês?
-Claro que pode amor.- sorriu meiga.- Não precisa nem pedir.
-É que parece que ninguém confia em mim.- desabafei.- Eu sei cuidar da minha filha poxa.
- E se não souber vai ter que aprender. Onde ja se viu!?- fez graça e eu sorri pequeno. -Você vai se dar bem amor.- selei nossos lábios de leve concordando.
-Tenta dormir um pouquinho ate ela acordar. Você ta cansada.
-Ta bom.- sorriu murcho.- Coloca meu Iphone pra carregar?
-Você hein? Mal saiu da sala de parto e ja nesse negocio!- fiz graça e ela me deu de lingua.
Laura pediu para eu cantar pra ela e optei por uma nova que tínhamos colocado no repertorio do dvd novo. Chuvas de arroz. Não estava nem na metade quando Laura dormiu e eu fiquei dividindo, não sabendo pra qual das minhas princesas olhar.
Valentina acordou uns 20 minutos depois e quando ela fez menção para chorar a peguei no colo.
-Pronto meu amor, papai ta aqui.- a balancei e Laura acordou.
No colo Valentina não chorou, mas Laura falou que já estava na hora dela mamar.
-Amor, mas você vai ter que colocar ela no seio.- Laura falou envergonhada.
-Ué, se tem que colocar, nois' coloca.- dei de ombros e ela sorriu pequeno.- Amor, isso é normal, você não pode sentar ainda e eu vou te ajudar. Não fica vermelhinha não.
-Para Lu.- colocou a mão no rosto envergonhada e eu ri, mas Valentina começou a chorar.
-Pronto amor, eita, já vai ganhar comida, gulosinha.
Laura foi me falando o que eu tinha que fazer, Valentina colaborou e em pouquinho tempo ela já tava grudada no seio de Laura que eu achei que ela ia se afogar.
-É normal isso amor?- perguntou assustado.
-Isso o que?- sussurrou com carinha de dor.
-Ela puxar tão forte assim.
-No primeiro dia é normal o leite demorar descer, ai ela precisa puxar.
-Mas doi amor.
-Doi, mas é uma dor boa.
Não acreditava nela mas concordei.
-Não faço mais nada agora?
-Espera ela terminar de mamar e você faz ela arrotar.
Ta.- concordei e fiquei fazendo cafuné na Laura enquanto olhávamos a nossa princesa.
-Amor, pode sentar, ela vai demorar.
-Muito?
-Uns 40 minutos.
Quase me afoguei com o próprio ar e Laura riu fraco.
-Gulosa.- passei a mão pelos cabelinhos ralos dela que reclamou fazendo careta, mas sem desgrudar de Laura.
-Brava também!- Laura completou.
-Cê vai me dar trabalho menina.- brinquei.- Vou sentar então.- beijei o rosto de Laura e ela concordou.
(...)
Minhas meninas finalmente estavam em casa. Eu estava todo atrapalhado querendo cuidar das duas e do Matheus ao mesmo tempo, fazendo que o Testa me zoasse.
-Quem te viu quem te vê, hein Luan.- ele riu
-Para de encher o saco Roberval.- bufei- Afinal, o que você está fazendo aqui? Não tem casa não? 
-Bom, quando minha namorada não está trabalhando ela fica aqui, então não tenho nada pra fazer em casa e prefiro ficar aqui;
-Eu mereço.
-Você está muito estressado cara. Tem 5 mulher ajudando a cuidar delas e você bem louco ai.
-É que eu queria cuidar delas.- sentei no sofá
-Entenda que homem não sabe cuidar de bebe.
-Mas eu quero cuidar.
-O que está acontecendo?- minha mãe apareceu
-Nada.
-Fala pro seu filho que ele não sabe cuidar de um bebe.
-De novo isso?- ela riu- Estou me sentindo mãe de um adolescente novamente.- ela me abraçou, beijando meu rosto
-Para mãe!- fiz careta- Eu vou lá com a Laura.- me levantei indo para o quarto
Laura estava deitada e Valentina dormia no berço.
-Oi amor.
-Oi Luan.- lhe beijei- Já parou de paranoia?- ela riu
-Que paranoia Laura?
-De que você tem que me ajudar em tudo.
-Mas amor...
-Eu sei que você se sente culpado, mas não precisa agir assim. Você mudou, e todo mundo sabe disso.- suspirei fundo, sem saber o que falar- Deita aqui comigo?
-Tá bom.- sorri
Deitei com cuidado ao seu lado, tinha muito medo de machuca-la.
-Não está com sono amor?- perguntei
-Não, já dormi bastante.- ela olhou pra mim e riu
-O que foi?
-Você tá muito fofo assim, todo preocupado.
-Isso não tem graça.- sorri envergonhado
-Bobo.- ela passou a mão em meu cabelo
-Filha, a sopa está pronta.- a mãe de Laura avisou, do lado de fora do quarto
-Eu já vou mãe.
-Você vai ter que comer sopa durante toda a dieta?- me levantei
-Acho que sim, não lembro o que eu comia quando tive o Matheus, mas eu gosto.- lhe ajudei a levantar- Liga a babá eletrônica.
-Tá.
Quando Laura tinha que descer as escadas nós sempre discutíamos, pois eu queria leva-la no colo, e ela não deixava.
-Não faz essa cara amor.- ela me deu um selinho
-Teimosa!

Nossa gatinha nasceeeu! Linda ela né?

 Luan ta todo fofo tentando ajudar a Laura mas o pessoal não deixa ele ser muito prestativo não, isso vai dar certo? Sabemos que a fic está na mesmice agora, mas juramos pra vocês que tudo vai mudar tá? Até porque estamos na reta final! Vcs ainda vão se surpreender. Amei a ideia que a leitora deu nos comentários, porem o Matheus sempre pediu uma irmã, agora não tem o porque ou um sentido para ele se revoltar. 
 Comentem amooores. Isso nos incentiva! 

Beeeeijos da Cela e da Faby :*