Capitulo 155

(...)
Durante o jantar o único que conversou foi Matheus. Luan estava estranho, eu sabia que alguma coisa estava acontecendo, mas ele não me contava.
-Você planejou alguma coisa para esse final de semana amor?- Luan perguntou quando já estávamos deitados
-Não. Por quê?
-Sabe aquele amigo meu que tem uma fazenda aqui perto de São Paulo?
-O advogado?
-Sim.
-O que tem ele?
-Ele ofereceu a fazenda dele para nós passarmos uns dias lá. O que você acha de irmos pra lá nesse final de semana? Não vai ir ninguém pra lá, só vai ter os empregados.
-Pode ser.
-Mesmo?
-Aham. As crianças vão adorar.
-Você não parece muito animada com a ideia.- ele reclamou
-Você que parece querer fugir de alguma coisa.
-Só quero fugir da loucura dessa cidade e passar um final de semana tranquilo com minha família.
-Tudo bem amor.- me virei, beijando seu rosto
Eu não tinha acreditado nele, mas preferia concordar, pois sabia que ele não me contaria nada.
Tive certeza de algo estava acontecendo quando no outro dia Luan levantou cedo, dizendo que queria ir comigo levar o Matheus à escola.
-Luan se arruma logo ou não vou te esperar.- reclamei para Luan que estava demorando se arrumar.

-Não vai me esperar porque?

-Porque você é lento demais e vai fazer o Matheus chegar atrasado.- bufei descendo as escadas.

 Estava quase indo sozinha com Matheus quando ele apareceu com um pacote de bolacha na mão.

-Vamos.- resmungou pegando a chave de minha mão.

 Eu não fazia nem ideia do por que ele estar agindo daquela forma, mas iria descobrir.

 Luan quando está com sono é insuportável, mas na volta pra casa ele conseguiu atingir seu máximo, fazendo nós dois discutirmos e eu descer do carro batendo a porta assim que estacionamos em casa.

 Peguei minha filha e fui pro quarto brincar com ela. Sabia que se olhasse para Luan por muito tempo brigaríamos ainda mais.

 Valentina acabou enjoando de ficar somente no quarto comigo e ameaçou chorar, fazendo eu sair do quarto, a levei pra sala e ela foi o mais rápido que pode para perto do pai que estava deitado na sala.

-Onde você vai?- perguntou assim que passei por ele.

-Pra cozinha, vai ir atrás?

-Credo Laura!

-A Luan, me erra!—bufei e fui para a cozinha.

 Fiquei conversando com Angelina por uma meia hora, mas Luan apareceu.

-Podemos conversar?

-Não.- cruzei os braços.

-Ei, não complica!

-Eu que estou complicando Luan?

-Sim, você!

-É você quem está de piti desde que foi viajar, parece que esta desconfiando de mim!

-Você sabe que eu ando estressado.

-E precisa descontar em mim?

-Desculpa tá?- passou a mão pelo cabelo nervosamente.- Por favor vamos la pra cima?

 Estava irritada com ele, mas queria descobrir o que estava acontecendo. Concordei e subimos para o seu escritório.

-Beleza, o que é o seu problema?- perguntei assim que ele fechou a porta.

-Você sabe quais são os meus problemas!

-Não Luan, eu não sei.- suspirei.- Até semana passada você tinha vários problemas mas não estava descontando em mim.

-Eu só tenho medo.- sentou na cadeira e me encarou.

-Medo Luan?

-De voltar a ser o Luan de antes.

-Desculpa te dizer isso, mas é esse seu medo que ta te deixando igual a antes.- falei na lata e vi que talvez não deveria ter aberto minha boca.

 Luan levou as mãos aos olhos e apertou suas pálpebras, como sempre fazia quando não quer chorar.

-Eu não posso perder você Laura.- sussurrou.- Eu não me imagino mais sem você. Quero ser seu melhor mas não consigo, a chance de você voltar para outro homem me atormenta dia e noite.

-Voltar Luan? Só estive com um outro homem, você sabe disso, e sabe também que o Lucas foi embora do pais, prometeu que não voltaria mais pra minha vida! É você quem eu amo, você sabe disso.

 Luan pareceu suspirar um pouco mais aliviado e voltou a me olhar nos olhos.

-Desculpa, não sei me controlar as vezes. Eu deixou os outros sentimentos falarem mais alto.

-Você e o Matheus são os únicos homens que eu amo.- me aproximei dele.- Se o seu medo é voltar a ser o Luan de antes eu posso te ajudar.- acariciei seus cabelos e ele fechou os olhos.- Mas lembra do que já conversamos? Você é e sempre será o mesmo Luan, porém, agora você mostra seu lado doce, deixa o amor falar por você, não apenas a raiva e o stress.

-Eu preciso aprender a controlar isso Lau, logo.- me olhou suplicando.

-Eu vou te ajudar tudo bem? Mas por favor, controla essa sua desconfiança.

-Eu não desconfio de você amor.- em um ato rápido ele me fez sentar em seu colo.- Muito pelo contrário, eu confio plenamente em você Lau, eu não sei o que está acontecendo comigo só, é muito coisa.

-Ta tudo bem.- passei os braços pelo seu pescoço.

-Desculpa, de novo.- sussurrou sem me olhar.

-Vamos esquecer isso tá?- Fiz olhar-me.- Te amo Lu..

-Também te amo Lau.- ele sorriu de canto e nos beijamos.

 O clima estava começando a esquentar quando escutamos o choro de Valentina. Luan suspirou mas não deixou eu levantar.

-Lu...

-A Sonia está em casa, deixa ela cuidar.

-Luan, é nossa filha.- acariciei seus cabelos.

-Você só me deixa na vontade.- resmungou fazendo bico mas deixou eu levantar.

 Sonia já estava com Valentina no colo quando apareci no quarto.

-Pode dar ela pra mim Sonia.

-Certeza dona Laura? Posso ficar com ela.

-Vou levar ela pro Luan.- sorri e ela concordou me entregando Valentina.

 Minha filha abraçou meu pescoço e eu a abracei.  Aquele pedaço de gente me deixava boba, minha maior vontade era passar dia e noite grudada nela.

 Fui com ela para o escritório, Luan já estava no meio de seus papeis bufando, mas sorriu para nós.

-Quer ficar sozinho?

-Não amor, nem quero ler esses troços aqui.- afastou a cadeira da mesa e nos chamou com as mãos.

-Fugindo do trabalho amor?- brinquei entregando Valentina para ele.

-Essas burocracias não deveriam existir.- reclamou beijando o rosto de nossa filha que sorriu e começou a resmungar.

 Sentei no sofá perto de Luan e fiquei olhando os dois. Luan começou a conversar com ela que parecia tentar responder, tanto eu como Luan ficávamos bobo com isso e riamos sem parar de nossa filha.

-Dona Laura?- Angelina apareceu no escritório.

-Oi?

-Posso servir o almoço?

-Pode sim Angelina, já descemos.

 Ela concordou e se retirou.

-Vamos? Sonia já vai dando comida pra Valentina.

-Posso eu dar comida pra ela hoje?- pediu manhoso.

-Pode amor.- ri.

 Luan fez mais bagunça do que deu comida pra Valentina, mas ela amou isso nos arrancando gargalhadas durante o almoço.

(...)
Iriamos para à fazenda no sábado, mesmo Luan tendo que gravar um programa de manhã.
-Você vai ir comigo né amor?- Luan pedia pela quinta vez enquanto eu arrumava as malas
-Luan para de me encher.- disse já irritada
-Você não vai deixar seu marido ir sozinho né?-ele me puxou pela cintura
-Luan eu quero ficar com as crianças.
-A Angelina e Sônia podem ir com elas de manhã para à fazenda e de tarde nós vamos.
-Tudo bem.- suspirei, vendo que ele não iria desistir
-Obrigado.- ele me abraçou, tirando minhas pernas do chão- É por isso que eu te amo.- ele me deu um selinho
-Bobo.- ri- Agora me deixe terminar de arrumar nossas coisas e vai lá brincar com as crianças.
-Tá bom.
Quando Luan dava folga para o Rober, ele sempre me fazia ir com ele aos compromissos, provavelmente por sentir falta de companhia, já que o restante do pessoal da equipe seu relacionamento é apenas profissional.
No outro dia levantei cedo para me arrumar. Já que iria ao programa.
Me vesti assim:
 
-Uau que linda.- Luan me abraçou por trás, beijando meu rosto
-Vai se vestir logo peladão. Vai se atrasar.
-Não vou. É só vestir qualquer roupa, eu vou me arrumar para o programa lá.
-Já separou a roupa que vai gravar o programa?
-Não. Escolhe pra mim?
-Escolho, mas vai logo se vestir.
-Tá bom mamãe.- ele riu e foi se vestir
-Já deixou tudo certo para levarem às crianças à fazenda?
-Sim, tá tudo certinho. Às oito eles saem daqui.

-Vamos descer e tomar nosso café então.- entrelacei nossas mãos e descemos para a cozinha.

 Matheus estava na mesa de café da manhã apoiado em uma mão, praticamente dormindo sentado. Valentina também parecia cansada mas sorriu para nós assim que adentramos na cozinha.

-Bom dia filho.- beijei a testa de Matheus.

-Eu queria ficar dormindo!- resmungou.

-Dorme a viagem zé preguiça.- Luan riu bagunçando o cabelo dele, mas Matheus reclamou e tirou a mão do pai de sua cabeça.

 Tomamos nosso café entre risadas, Luan apesar do sono parecia um palhaço por inteiro e tirou o mal humor até de Matheus.

-Por que eu não posso ir junto?- Matheus reclamou enquanto eu o ajudava a se vestir.

-Porque você vai pra chácara e vai ficar cuidando da sua irmã.

-Só nos dois?- me olhou assustado.

-Claro que não bobinho.- ri.- Sonia e Angelina vão junto.

-Então tá.- ele sorriu.- Que horas vocês vão chegar?

-Logo depois do almoço, eu espero.

-Lau, está na hora.- Luan apareceu.-  Vamos?

-Vamos sim.- sorri para ele.

 Nos despedimos das crianças e fomos com o carro de Luan mesmo para a emissora.

-Eu me borro todo de medo quando  tenho que sair em SP de ferrari.- Luan falou rindo.

-Por que exatamente?

-Sei lá, tudo mundo fica olhando.

-Talvez porque é uma Ferrari.- revirei os olhos.- Ou então porque é uma Ferrari sendo dirigida pelo Luan Santana!

-Ta ai, uma boa explicação.- gargalhamos.

 Graças a Deus não precisei participar da gravação do programa essa vez. Apenas fiquei sentada na plateia prestigiando meu marido.

 #Luan On.

Sem duvidas aquele final de semana foi um dos melhores da minha vida. Estava leve, feliz, esqueci dos meus problemas, de Lucas, do carro preto que voltou a reaparecer na quinta-feira no condomínio. Tudo se apagou da minha mente aqueles dois dias e eu curti muito meus filhos e Laura.

 Foi ali que a verdade veio a tona para mim. Eu tinha uma família maravilhosa, amava minha esposa e era amado, e a verdade apertou meu peito também, notei como Matheus cresceu, está mais adulto, responsável, já me chamava de pai em vez de papai e eu estranhei isso, sentia falta de meu bebezinho manhoso se sempre. Mas em compensação tinha Valentina que era toda amores comigo, fazendo Laura reclamar algumas vezes. Mesmo com meses de idade ainda já fazia manha pro meu lado, sabendo que eu a pegaria e não deixaria Laura ou Matheus brigarem com ela. Aquela menina era uma figura.

 Aproveitei também para matar a saudade de 2 semanas que estava de Laura, enquanto nossos filhos dormiam.

...

 Estava em uma reunião a cerca de 4 horas. Faltava pouco para sair fumaça da minha cabeça. Não estava mais aguentando aquela coisa chata.

 Senti meu celular vibrar sem parar no bolso mas não podia atender, desliguei ele sem ver quem estava ligando.

-Com licença.- Juliane Thomé entrou na sala de reunião.- Luan, tem uma ligação pra você.- ela falou tensa.

-Não posso atender agora.- bufei.- Quando terminar aqui eu retorno.

-Luan, é importante!

-Julian...

-É a Angelina, e o assunto é a Laura.

 Várias coisas passaram em minha cabeça e o meu peito apertou. Olhei desesperado para ela e seu olhar não e confortou nem um pouco, ela parecia...angustiada.

 Olhei para Arleyde e ela fez sinal para eu ir atender. Pedi licença para o pessoal e sai correndo para o telefone.

-Fala Angelina.

-Seu Luan...- ela falou nervosa.

-O que foi?

-V-Você sabe onde a dona Laura está?- Olhei  no relógio, se passavam das  5 e meia da tarde.

-Ela deveria estar voltando da escola do Matheus.

-Acabaram de ligar aqui, ninguém foi buscar o Matheus, ele ainda está na escola.

-Como assim? Angelina...

-Ela saiu logo depois que o senhor, falou que iria para a Central e depois não apareceu mais.

 Olhei para Juliana que me olhava aflita.

-Laura veio pra Central hoje a tarde?

-Ela ia vir mas não apareceu.- Minhas pernas tremeram..

-Valentina está com você Angelina?

-Sim! Seu Luan, você acha que...

-Eu não acho nada.- passei a mão pelos cabelos.- Vou mandar alguém da Central buscar o Matheus. Já vou pra casa, você tentou ligar pra ela Angelina?

-Diversas vezes.

Eu não sabia o que fazer nem pensar, mas tinha certeza que precisava encontrar Laura, porque o que estava acontecendo não era algo bom, muito pelo contrário.

-Assim que o Matheus chegar diz pra ele que..- suspirei.- Não sei, inventa alguma desculpa, vou atrás de Laura!

 Angelina concordou e eu desliguei o telefone atordoado.

-Luan, o que foi?

-Manda o Rafael ir buscar o Matheus na escola e levar ele pra casa.

-Tudo bem.- ela concordou.

-Você liga pra Juliane e pergunta se ela tem noticias da Laura.Você, I...- tentei lembrar o nome do rapaz.

-Iago, Luan.

-Isso, pega o número do irmão da Laura na mesa dela e pergunta a mesma coisa. Diz que foi eu quem pedi.- ele também concordou e foi para a mesa de Laura.- Alguma de vocês da um jeito de entrar em contato com a mãe dela.- apontei para as meninas da recepção que também concordaram.

 Ainda atordoado voltei a sala de reunião.

-Arleyde, eu preciso ir.

-Por que Luan?

-A L-Laura sumiu.

Alguém ai pediu emoção? MUAHAHAHAHA

 Preparem os coraçõezinhos, posso dizer que estamos quaaaase na reta final, e essa reta final promete MUITO!

 COMEEEEEEEEENTEEEEM!

#CADÊALAURA?

Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos da Cela e da Faby