Capitulo 158

Valentina, já mais calma, passou a mãozinha pelo meu rosto, como se limpasse minhas lagrimas. Sorri pequeno para ela e fui para o escritório.
Por sorte a febre de Valentina passou. Coloquei alguns de seus brinquedos no chão do escritório para ela brincar, peguei meu violão e fiquei dedilhando algumas notas soltas.
Nem mesmo a musica conseguia me animar uma hora dessas, porem comecei a cantar uma musica qualquer e quando notei Matheus estava na porta me olhando e Valentina tinha parado de brincar e batia palminha pra mim.
Sorri emocionado e chamei Matheus, que pegou Valentina antes de vir para o meu colo.
-Papai ama muito vocês viu?- beijei a cabeça de cada um.
-Nós também te amamos pai!- Matheus me abraçou.- E a mamãe também te ama! Ela sempre fala isso.
-Ela ama todos nós.- sorri pequeno.
-Por isso mesmo que ela vai voltar pra casa papai!- falou animado.- Você não precisa chorar.

‪#‎Ju ON
Já passava das 3 horas da tarde, e a única coisa que Lucas conseguiu descobrir foi que Miguel tinha dopado Laura para conseguir levar para algum lugar, que eu daria tudo para descobrir e encontrar minha amiga.
Quando Luan me ligou novamente Rober não me deixou contar sobre o que descobrimos, pois isso o deixaria pior.
-Amor, vamos lá pra casa do Luan. Hoje pelo jeito não vamos conseguir encontrar nada.
-Não. Nós precisamos encontrar a Laura!- disse tentando não chorar
-Podem ir. Assim que eu encontrar alguma coisa eu prometo avisar vocês.- Lucas disse
-Mas...
-Sério Ju!
-Tudo bem!- suspirei- Tomara que você consiga!- o abracei, e ele suspirou fundo. Dava pra ver que assim como nós ele também estava sofrendo com isso.
-Até mais.- Rober apertou a mão dele
Assim que entramos no carro Rober quis me levar para comer algo.
-Eu não vou comer!
-Você não comeu nada o dia inteiro amor.
-Eu não estou com fome Ro. E eu comi sim!
-Uma barra de cereal.- ele bufou
-Quando chegarmos na casa do Luan eu como qualquer coisa.
-Se quiser ir pra casa...
-Não. É melhor ficar lá! Vai ser pior se ficarmos em casa, e é bom você ficar com o Luan um pouco.
-Tudo bem.- ele concordou ligando o carro
Primeiro fomos para casa apenas para pegar nossas roupas. O porta retrato que estava na parede do corredor, com uma foto minha e da Laura, me fez parar e ficar observando aquela foto com lágrimas nos olhos.

‪#‎Luan ON
Sônia tinha levado meu filhos para comer quando Bruna entrou no escritório.
-Oi Pi.- ela se aproximou de mim e me entregou um pratinho com um pedaço de torta- Come!
-Não tenho fome.- olhei para torta e coloquei o pratinho no braço do sofá
-Você precisa comer Pi. Ela não gostaria de te ver assim, nem seus filhos.
-Eu não consigo ser forte.- murmurei- Cada minuto que passa fica pior. Eu preciso saber como minha mulher está.
Ela me abraçou e eu chorei mais ainda.
-Pi...
-Ela tudo pra mim! Eu preciso dela!

‪#‎Bruna ON
Já fazia quatro dias que Laura havia sido sequestrada e ainda não tinham conseguindo encontra-la. Luan estava cada vez pior, acho que já tinha emagrecido uns 5 quilos, além disso, não fazia a barba e nem arrumava o cabelo. Ele andava pela casa com um moletom velho e sempre com o celular na mão com esperança de alguém ligar.
Meus sobrinhos também sentiam falta da mãe. Matheus estava que sempre conversava estava quieto, mas sempre dizia que sua mãe iria voltar. Um dia o peguei chorando em um canto e isso partiu meu coração. Já Valentina, por não compreender nada, sempre chorava por falta da mãe e estava cada vez mais difícil consola-la.
Estávamos reunidos da sala, Luan sentado em uma poltrona com a cabeça baixa, meus pais sentados no sofá ao lado e Ju e Rober ao meu lado no outro sofá, quando o celular do Luan tocou.
-MIGUEL?- Luan deu um pulo e todos nós nos assustamos
-Coloca no alto falante Luan!- meu pai pediu e assim Luan fez
-Cadê a Laura?- Luan perguntou aflito- Fala logo quanto você quer e devolve minha mulher!
-Calminha genro.- ele disse sínico- Primeiro vamos negociar.
-Me deixa falar com a Laura?- Luan implorou
-Você não vai falar com ela nem vê-la antes de me entregar o dinheiro que eu quero.
-Fala logo quanto você quer!
-Eu quero 1 milhão de reais em dinheiro. No endereço que eu vou te passar.
Ele passou o endereço e meu pai anotou, pois Luan estava tão nervoso que não conseguiu escrever.
-Escuta bem! Você vai deixar o dinheiro nesse lugar e se a policia aparecer é isso aqui que eu vou fazer.- deu pra ouvir um barulho de uma pancada, em seguida um grito, o grito da Laura.
-NÃO FAZ ISSO!- Luan gritou desesperado, e se não fosse meu pai estar o segurando provavelmente ele teria caído
-Não grita comigo moleque.
-Não machuca ela! Por favor.- ele já estava chorando, assim como Ju e eu.
A ligação caiu e Luan se desesperou. 
-Ele tá machucando ela.- ele exclamou desorientado- Ele tá machucando minha mulher.- ele soluçou e meu pai o abraçou

 Estava certa de que seu meu pai não colocasse Luan sentado ele cairia ali no chão mesmo.

 Era mais do que angustiante ver Luan daquela forma. Meu irmão nunca tinha chorado tanto assim, sofrido tanto assim.

 Nossa mãe o abraçou enquanto meu pai foi buscar uma coisa para ele tomar e se acalmar.

 A situação da casa depois da descoberta de que estavam maltratando Laura era devastadora. Os soluços de Luan eram escutados de longe, Juliane era consolada por Roberval que também tinha os olhos marejados e eu mal conseguia me mexer.

 Consegui lembrar que Matheus chegaria em poucos minutos da escola. Não poderíamos deixar ele ver Luan naquele estado.

-Pi.- me ajoelhei na sua frente.- Matheus já, já vai chegar.- acariciei seus cabelos.- Vamos lá pra cima?

 Ele apenas negou entre um soluço.

-Oh meu irmão.- sentei ao seu lado e abracei sua cintura.- Você sabe que ele não pode te ver assim.

-Eu quero ela Bruna, quero estar no lugar dela.- Falou aos poucos, intercalando com soluços fortes

 Beijei sua testa, sabia o quão era difícil, Luan é mais do que apaixonado pela Laura e saber de todo o sofrimento que ela está passando passa longe de ser uma coisa que podemos aceitar quietos.

-Cara.- Roberval se aproximou, deixando Ju sozinha no outro sofá.- Eu sei que você não quer sair daqui, mas o Matheus vendo você nesse estado só vai piorar as coisas.

 Demoramos um pouco para convencer ele mas subimos e mal tínhamos chegado no quarto escutei Matheus chegando.

-Pai, desce lá?- pedi já que ele era o único em condições de entreter ele.

-Rober..- Luan sussurrou.

-Fala cara!

-Sai de casa com o Matheus?- pediu ainda chorando.- Pai, saca o dinheiro, o mais rápido possível.

-Filho, você tem certeza?

-Eu vou dar o que ele quiser.- soluçou.- Eu só preciso resgatar a Laura.- voltou a chorar forte e minha mãe o abraçou.

-Precisamos avisar a policia Luan!

-Não!- ele negou desesperado.- E-Ele vai maltratar ainda mais ela, eu vou sozinho.- falava serio, apesar de visivelmente destruído.

-Luan, você não pode!- Juliane enxugou as lagrimas.- Miguel não te deu certeza alguma de que vai entregar a Laura, ele apenas pediu o dinheiro.

-Eu não vou correr o risco, eu não posso!- nos olhou desesperados.- Ela não pode sofrer mais!

-E o Lucas?- Minha mãe se pronunciou pela primeira vez.- Ele vai poder ajudar meu filho!

-Mãe, vocês escutaram.- Luan soluçou.- Eu tenho que deixar o dinheiro!.

-Ele falou se a policia!- Roberval interveio.- Luan, vamos ligar pro Lucas, ele vai te ajudar, não vamos deixar você ir sozinho.

 Sabia que Luan estava desorientado, mas realmente não deixaríamos ele ir sozinho. Primeiro por ele não ter condições de ir a lugar nenhum sozinho, segundo era uma coisa muito perigosa.

 -Lu, eu sei que você não gosta de conviver com o Lucas depois de tudo.- falei calma.- Mas você sabe que ele quer o bem de Laura e ele é desse meio. Ele ajudou você e a Lau a me salvarem.- falei com um aperto no peito.- Ele vai poder ajudar, de um jeito ou de outro.

 #Juliane On.

 Estava sem chão, escutar os gritos de Laura no telefone, ver o estado em que Luan ficou, era tudo tão difícil.

 Mesmo indo contra as vontades de Luan eu liguei para Lucas, que atendeu rapidamente.

-Ju?

-Lucas..- suspirei.

-Juliane, o que aconteceu?

-O M-Miguel ligou Lucas.- voltei a chorar.- Ele está maltratando ela.

-ELE O QUE?- Escutei algo quebrar.- Esse desgraça....

-Lucas, vem pra cá. Por favor.

-Eu vou, é claro que eu vou! Quanto ele pediu?

-Um milhão.

-Isso é demais.- ele sussurrou.

-Luan vai pagar, já aceitou, amanhã de  manhã ele vai levar o dinheiro.

-Ele não pode ir sozinho Juliane! Ele é capaz de pegar o Luan junto!

-Miguel falou que se a policia aparecesse ele espancaria ainda mais Laura.- tentei segurar as lagrimas.- Escutamos ela gritando Lucas, ela ta apanhando!

-E-Eu vou com o Luan amanhã!

-Ele não quer ninguém.

-Eu também não iria querer, mas é preciso, você sabe!

-Vem pra cá? Explicamos isso para ele.

-To indo.

  #Laura On.

 Eu não estava mais aguentando toda aquela tortura, se tivesse que esperar mais alguns dias, confesso que não resistiria.

 Miguel sumiu depois que ligou para Luan. Juro que tentei reprimir aquele grito de dor, mas sem duvidas aquela foi a ‘’madeirada’’ mais forte que Miguel me deu até agora. A madeira era a mesma sempre, agora estava encostada em um ponto muito longe de meu alcance, mas ela tinha manchas do meu sangue já secas.

 Não gostava de imaginar o estado em que Luan estava. Apesar de querer imensamente que ele me tirasse dali logo, tinha medo do que Miguel poderia fazer com ele, se realmente ele fosse sozinho levar todo aquele dinheiro que meu ‘’pai’’ pediu.

1.666 palavras de pura tortura, o que acham? Eu sei que os capitulos estão minusculos, miiiiiil perdões! Mas ta MUITO corrido pra mim essa semana, tive alguns imprevistos e to sem tempo para escrever, mas para não deixar vocês sem nada! A torturinha (realmente) de hj está ai!

 Semana que vem tudo volta ao normal viu? Capitulos do tamanho certinho, juro!

 Miguel vai mesmo entregar a Laura? Lucas vai convencer Luan de ir junto com ele? #AGUARDEM!

 Continueeeem comentando!!

Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos da Cela e da Faby.