Capitulo 148

Pensei que Luan não conseguiria continuar o show, mas as fãs transmitiram força para ele e Luan permaneceu no palco até a última música. Quando ele saiu do palco fui ao seu encontro, o abraçando.
-Vai ficar tudo bem amor!

-Vocês vão para o hospital agora?- Arleyde perguntou quando entramos no camarim
-Sim.- respondi
-Como elas estão?- Luan perguntou se referindo à sua tia, esposa de Carlos, e a prima, filha deles, que também estavam no carro
-Elas ainda estão internadas, mas não aconteceu nada de grave.- Arleyde contou 
(...)
Resolvemos posar em casa, já que o corpo só iria para Campo Grande no outro dia de manhã. Luan não estava mais chorando, mas andava de um lado pro outro, angustiado. Ele conversou com Marizete por alguns minutos e também com seu tio Max, que também estava muito abatido, já que Carlos também era seu irmão.
-Amor, tenta dormir um pouquinho?-pedi, acariciando suas costas
-Não consigo.
-Faltam poucas horas para nós irmos para Campo Grande. Você precisa descansar amor.
-Pode dormir, eu vou ficar bem.
-Ao menos deita comigo na cama.
-Tá bom!
Já de manhã, esperamos Matheus tomar o café da manhã para então contar para ele, de uma maneira doce, o que tinha acontecido.
-Papai não fica triste, ele está lá com os anjos agora.

Luan concordou emocionado e Matheus o abraçou.
Sorri orgulhosa de meu filho, eles sempre saia com essas preciosidades que animava qualquer um.
Luan abraçou Matheus tão forte que nosso filho reclamou. Fazendo Luan solta-lo. Sequei as lagrimas de Luan e beijei sua testa.
-Come um pouquinho pra gente ir.- pedi para Luan.
-Eu não to com fome.- sussurrou.
-Se você não comer vai ficar fraco papai!- Matheus falou serio fazendo Luan sorrir.
-Só um pouquinho então.- suspirou e eu entreguei um prato para ele.
Matheus pediu para ir junto assim que começamos a levar as malas para o carro 
-Filho, você precisa ficar aqui.- Luan se ajoelhou para ficar na mesma altura.
-Eu quero ir com você papai, você ta triste.- agarrou o pescoço do pai fazendo bico.
-A mamãe vai ir junto para cuidar do pai filho.- acariciei o cabelo do nosso filho.- Você precisa ficar aqui com a mana.
- Eu vou cuidar da Valentina?-perguntou mais feliz.
-Vai ajudar a Sonia e a Angelina!
-Ta.- sorriu. - Vocês vão demorar voltar?
-Não filho. Amanhã a noite nós voltamos.- Luan sussurrou e Matheus concordou.
Apenas esperamos Wellington chegar, nos despedimos dos nosso filhos e fomos para o aeroporto.
Por sorte nao haviam fãs, ja que elas nao sabiam o horario e se iriamos para CG.
Wellington sentou um pouco longe demais, fazendo Luan, assim que decolamos, deitar sua cabeça em meu ombro.
-Tenta dormir um pouquinho meu anjo.
-Não vou conseguir.
-Consegue sim amor. Descança um pouquinho. Te acordo quando estivermos chegando.
Ele concordou, fiz cafuné nele que não demorou dormir

O pai de Luan nos esperava no aeroporto junto com Bruna, nos cumprimentamos e fomos direto para o lugar do velório.
...
Passamos o dia todo no velório, Luan não queria sair de perto do caxão, junto com sua mãe e aquilo estava me deixando em pedaços. Ele não admitia mas sentia sim, culpa em relação ao acidente.
-Amor, vamos para o hotel um pouco...
-Eu não quero.- me olhou magoado.- Vai você, descansa.
-Não vou sem você amor.- acariciei sua nuca.
- Não quero sair daqui.
-Vamos ali fora então, só pra você tomar um ar.- precisava tirar ele um pouco.- Só um pouquinho.
Mesmo contra sua vontade ele concordou, o guiei até uma área que tinha fora do lugar em que ocorria o velório.
Luan se encostou em uma grande que tinha ali e abracei sua cintura.
-Você precisa descansar um pouco Lu, só dormiu um pouquinho no avião.
-Eu passei tão pouco tempo com ele, não quero perder isso agora.
-Todo o tempo do mundo seria pouco meu amor.
-Pi...- Bruna apareceu.- Vamos levar a mãe pro hotel um pouco, vamos junto?
-Não quero Bruna- choramingou.
-Você precisava descansar. Laura falou que você não dormiu durante a noite.
-Eu tinha convidado ele pro show, ele estava indo me ver.- voltou a chorar e eu e Bruna o abraçamos.
-Você não tem culpa do que aconteceu meu amor.- sussurrei.- Foi feita a vontade de Deus.
-Não adianta se culpar agora Luan, nunca vai adiantar.
-Lembra do que Matheus falou antes de sairmos? Ele está com os anjos, está me um lugar melhor e não vai mais sofrer.
Ele concordou fungando. Ajudei ele a secar suas lágrimas novamente e por fim, fomos para o hotel.
Mandei Luan tomar seu banho antes, ele precisava de um tempo para ele, sozinho. E eu aproveitei para ligar pra casa.
Matheus mandou beijo pro pai, pros avós e pra tia, contou animado que tinha ajudado Sonia e dar banho em Valentina e que o meu irmão tinha ido os visitar durante a tarde.
Assim que Luan saiu do banho lhe dei um selinho demorado e fui tomar meu banho, não demorei, estava esgotada e queria cair direto na cama.
Luan já estava deitado quando sai do banho, ele sorriu pequeno para mim e me chamou para deitar ao seu lado.
-Obrigado viu?- sussurrou acariciando meus cabelos.- Não sei o que seria de mim sem você.
-Vou estar sempre do seu lado Luan, pro que você precisar.- beijei sua bochecha e ele sorriu.- Dorme um pouquinho, Bruna vai nos acordar quando eles estiverem voltando.
‪#‎Luan On.
Bruna e Laura conseguiram me convencer de ir para o hotel descansar, mas meus pensamentos estavam a mil, eu não queria nada além de ficar junto com o corpo de meu tio.
Em meio a flash’s de tudo o que tinha vivido com o tio Carlos peguei no sono, mas talvez foi meu pior erro.
Estava sozinho em um quarto de hotel, escutava Matheus e Valentina chorarem de longe . Tentei sair daquele quarto mas não conseguia. Laura pedia por socorro de algum lugar muito distante e onde eu olhava via imagens do meu tio morto, entre as ferragens de um carro.
Estava entrando em desespero. O choro dos meus filhos iam se tornando mais forte e eu já não segurava mais minhas lágrimas. Tinha alguma coisa errada, eu precisava salvar Laura, precisava encontrar meus filhos e sair daquela tortura das imagens do meu tio, mas não conseguia, tudo estava trancado, não havia luz alguma, apenas uma cama pequena e a porta.
(...)
Acordei em um pulo, não estava respirando direito.
-Shiu, calma.- escutei a voz doce de Laura e ela acariciou meus cabelos.
Abracei Laura o mais forte que consegui. Eu não podia ficar sem aquela mulher, ela era meu chão, meu porto seguro, minha força e calma.

‪#‎Laura ON
Uma semana se passou e Luan ainda estava bastante triste com a morte do tio, ele tentava esconder isso, mas não conseguia. Eu estava sempre ao seu lado, tentando o distrair de alguma forma.
-Amor a Ju convidou nós para jantar na casa deles hoje.- contei- Você que ir?
-Pode ser.- ele respondeu em nenhuma empolgação
-Vou ligar pra ela então.
Luan realmente não estava afim de ir, mas eu sabia que Rober ira conseguir distrair ele um pouco. Então enquanto Luan brincava com Valentina, liguei para Ju aceitando seu convite.
-Amor, estou indo buscar o Matheus na escola!- Luan avisou, eu estava na cozinha pegando os ingredientes para fazer um bolo
-Tá bom amor.- ele me deu um selinho
(...)
-Filho vai tomar seu banho!- ordenei assim que Matheus chegou da escola, Luan já tinha saído da cozinha falando no celular
-Mas mãe, eu...
-Hoje você precisa tomar banho mais cedo e se arrumar porque nós vamos jantar na casa da tia Ju.
-Sério?- ele se animou
-Aham!
-Eba!- ele subiu as escadas correndo
-Você também precisa tomar banho mocinha!- peguei Valentina, que estava no andador 
Dei um banho em Valentina e depois de arrumar ela a deixei brincando com Matheus, que também já estava pronto.
-Já tomou banho Luan?- perguntei ao encontrar Luan no quarto, sentado na poltrona
-Ainda não.
-Então vai tomar! Eu quero ir mais cedo para ajudar a Ju com o jantar.
-Laura, eu acho que vou ficar.
-Nada disso amor. São nossos amigos, poxa.
-Tudo bem.- ele suspirou fundo
-Vem!- estendi a mão para ele, o fazendo levantar
Tomamos banho juntos, sem malicia, apenas trocando caricias. Sai antes que Luan do chuveiro e fui me arrumar.
Me vesti assim: 

Luan enrolou o máximo que pode e se não fosse Matheus o apressar iramos chegar na casa do Rober e da Ju de noite.
-Pelo jeito o Luan continua sentido com a morte do tio.- Ju comentou quando fomos para a cozinha
-Bastante. Eu não sei mais o que eu faço. Tenho medo que ele precise voltar a tomar aqueles remédios.
-Se eu fosse você levaria ele para uma psicóloga.
-Ele não vai querer, você sabe como o Luan é teimoso.- suspirei fundo- Mas se ele continuar assim não vai ter outro jeito.
-E a Marizete como está?
-Ela parece mais conformada que o Luan.
-Ele se sente culpado pela morte do tio?
-Infelizmente sim.
Matheus entrou na cozinha e cochichou algo no ouvido da Ju. Eu já sabia que ele queria as balas de goma que ela sempre dava para ele.
-Sua mãe já sabe.- Ju riu e Matheus me olhou sem graça
-Você é muito sapeca.- brinquei
-Eu não vou comer muito mãe.- ele fez a tipica carinha de inocente, que me deixava 'derretida'
-Tá bom filho!- ri

 Matheus pegou algumas balas na mão e quando ia o reprender por ser muito ele falou todo manhoso.

-Vou levar pro Pai!

-Pro seu pai?- estranhei.

-Ele sempre me da doce quando eu to triste.- ele fez bico.- Ele ta triste, vou levar doce pra ele.

 Ju olhou encantada para o meu filho e eu concordei.

-Gente que coisa linda!- Ju suspirou assim que Matheus saiu.

-Ele tem animado muito o Luan, sem falar que vive falando coisas lindas sobre onde o Tio Carlos está agora e essas coisas.

-Esse menino é um anjinho.

-Sem duvidas.- sorri orgulhosa do meu filho.

 Jantamos em um clima bom, todos nós tentamos animar Luan que sorriu diversas vezes, esquecendo um pouco dos seus problemas.

-Fica de olho na Valentina pra mim? Vou ajudar a Ju na louça.- pedi para Luan.

-Olho sim.- sorriu pequeno.- Não vamos demorar ir, vamos?

-Vamos sim.- ele suspirou.- Você precisa se animar meu anjo, eu sei que ta difícil, mas ficar trancado em casa não vai adiantar de nada.

 Luan concordou cabisbaixo. Lhe dei um selinho e fui ajudar a Ju.

-O que podemos fazer pra ele se animar?- Ju perguntou.

-Sinceramente? Eu não sei.- suspirei.- Eu já tentei de tudo amiga, de verdade.

-De tudo não, faz tempo que você não vai na loja.- falou magoada e eu revirei os olhos.

-Sério mesmo que você ta mandando eu transar com o coitado do meu marido que está de luto?

-Vai que rola?

-Não Ju, não rola.- ri enquanto roubava uma bala do pote.

-Se eu der a ideia da gente assistir um filme agora?

-Pode tentar, mas ele vai querer terror.- fiz careta.

-E qual é o problema?

-Eu não gosto de filme de terror e temos duas crianças aqui.

-Você não ta colaborando sabia?- ela bufou e eu ri.

-Vamos ver o que eles estão aprontando.

 Encontramos Roberval e Luan jogados no tapete da sala brincando com Matheus e Valentina.

-Fraca a folga de vocês né?- Ju brincou e Luan sorriu pequeno para ela.

 Sentei perto de Luan que se jogou em minhas pernas, fui dar um selinho nele mas Valentina veio toda elétrica pro colo do pai.

-Essa menina ta ligada no 220 sabia?- Roberval falou assustado.

-Não para mesmo.- Concordei

-Ninguém precisa de academia la em casa mais.- Luan brincou.- Essa aqui serve como todos os aparelhos e mais alguns.- Deu um ‘’cheiro’’ em toda filha que bateu palminhas e saiu de cima de Luan já indo para o irmão.

-Acho bom que quando eu tiver um filho você de  uma folga bem grande pro meu Marido viu?

-Bem grande tipo a testa dele?- Luan brincou e Juliane tacou uma almofada nele.

 Ficamos cerca de uma hora daquele jeito, apenas no papo furado e brincando com os pequenos, mas Valentina começou a ficar chatinha por causa de sono e fomos embora.

-Pode deixar que eu coloco o Matheus pra dormir.- Luan falou assim que estacionou o carro na garagem.

 Concordei e descemos.

 Peguei Valentina no colo e assim que entramos em casa eu tive que rir.

-Você vai ter um pouco de problemas.- avisei Luan.- Acho que tem alguém que não está com sono.- apontei para Matheus que corria já com um carrinho na mão pela sala de jantar.

 Luan riu negando com a cabeça e foi atrás do nosso filho.

 Valentina não demorou quase nada dormir, liguei a babá eletrônica já que Sonia estava de folga e desci para a sala.

 Luan e Matheus estava deitados no sofá assistindo desenho.

-Será que tem espaço pra mim ai ou vou ter que deitar solitária no chão?- perguntei fazendo bico e Luan sorriu.

 Matheus sentou na hora e mandou eu deitar perto de Luan, fiz o que ele ‘’mandou’’ e automaticamente Luan passou os braços por minha cintura me dando um beijo no ombro. Matheus deitou encostado em mim e começou a falar sobre sua escola e tudo de novo que estava acontecendo. Deixei Luan interagir mais com ele, gostava de ver os dois juntos, conversando, trocando ideias, brincando. Era lindo o amor dos dois.

 Matheus demorou mais uma hora para dormir. Luan o levou para o seu quarto e fui esperar meu marido já no nosso.

-Não deita.- pedi já que Luan se iria para debaixo das cobertas.

-O que foi?- me olhou perdido.

-Canta uma musica pra mim?- pedi manhosa.- Faz tempo que você não faz isso.

 Luan riu pequeno concordando e foi pegar sua violão. Meu marido acabou de animando com o meu pedido e cantou varias musicas, fazendo ele se distrair e ficar mais alegre, mais leve, e com isso eu também. Já que não conseguia ficar tranquila com a situação que ele estava.

-Qualquer dia você podia ir para o estúdio comigo.- ele disse colocando o violão ao seu lado, na cama

-Mesmo?- sorri
-Sim, você me inspira.- seu sorriso no canto da boca fez meu coração acelerar, as vezes eu não me dava conta do quanto era apaixonada por aquele homem
-Eu te amo Luan!
-Eu também te amo, muito!

(...)
-Amor, a Bruna vai poder ficar uma semana sem ir pra faculdade, já que não ficou pra exame, então vai vir passar alguns dias aqui em casa.- Luan contou durante o almoço
-Tudo bem.- sorri- O Matheus vai amar!
-Ele é bem apegado a ela né?
-Muito.- tomei um gole de suco- Só vai ser difícil fazer ele ir pra escola.
-O Matheus tem vez que não gosta de estudar né?
-Tem pra quem puxar também.- revirei os olhos e ele riu
-Hey, eu era um bom aluno.
-Sua mãe me contou que você fingia estar doente para não ir à escola.
-Eu só fiz isso algumas vezes.- Luan disse rindo
-Que feio...
-Vai dizer que gostava de ir pra escola todos os dias?
-Eu gostava sim!
-Você estudava com a Ju?
-Aham.- ri
-Meu Deus, não quero nem imaginar o que vocês duas aprontavam.- ele balançou a cabeça negativamente
-Eu não costumava aprontar, a Ju quem me colocava nas roubas.- ri, lembrando de como éramos na escola
-A Juliane devia dar em cima dos professores.
-Dar em cima? Quando estávamos no ensino médio um professor foi expulso do colégio porque foi pego fazendo sexo com a Ju.- contei
-Você não fazia isso né Laura?
-Claro que não!- ri do seu jeito
Terminamos de almoçar e Luan foi para a sala enquanto eu pegava a sobremesa para nós.
-Aqui amor!- lhe entreguei a taça de pavê de brigadeiro com sorvete, sentando ao seu lado no sofá
-Uau, a Angelina caprichou hein.
-Fui eu quem fiz, seu abusado.- disse brava
-Eu sei boba.- ele riu, me dando um selinho
-E é bem melhor que aquela gororoba verde que você faz.- ri
-Não fala assim do meu creme de abacate, sua enjoada.- ele se fez de ofendido
-Desculpa amor!- beijei sua bochecha 
Terminamos de comer em silêncio, enquanto assistíamos TV.
-Amor, vamos sair hoje?
-Ah Laura, eu prefiro ficar em casa.- eu sempre estava fazendo de tudo parar tirar Luan de casa um pouco, mas era uma tarefa difícil

-Não precisamos ir em uma balada nem nada do tipo, eu sei que nisso você não vai ir.

-Eu prefiro mesmo ficar em casa com você e com as crianças.

-Poxa amor, essa semana mesmo você vai voltar a viajar, vamos curtir só um pouquinho.- fiz bico e ele me olhou sabendo que eu estava jogando baixo.

-Um jantar ta bom? Não vai emendar pra mais nada.- apontou de dedo e pulei em seu colo o beijando.

 Luan ta sofrendo bastante hein? Mas Laura está dando a maior força pro maridão.

 Palpites pro que vai acontecer de agora em diante?

 Continuem comentandoo! 

 Beeeeeeeijos da Cela e da Faby :*